Matthew Gregory

Cada capítulo da tese de Matthew Gregory merecia um texto mais aprofundado, talvez até mesmo do tamanho de um livro, talvez até mesmo percorrendo o que ele percorre - (1) a trajetória de Toru Takemitsu, da rejeição da tradição japonesa e do zen devido às suas conotações imperialistas, ao interesse latente por essa tradição, ao encontro com um zen relido via Estados-Unidos/ John Cage, à preocupação de integração da herança japonesa à ideia de universalidade artística. (2) a trajetória dos cafés de jazz, sua ligação com os protestos anti-ANPO, a mudança do público, de um perfil mais de estudo para um de imersão, ao desenvolvimento do free jazz japonês. (3) da mímica japonesa do rock psicodélico anglo-saxão ao desenvolvimento de um psicodelismo próprio e sua improvável ligação com a música de ruído extrema da década de 90, nas figuras de Keiji Haino e Acid Motthers Temple (e que poderia incluir Masonna também). (4) A ligação entre processos de urbanização e ocupação urbana na passagem entre o noise para o onkyo, dos shows em Shinjuku para a música silenciosa da galeria Off Site.
Mas é claro, a tese de Matthew não entrega muito bem o que promete, embora seja uma simpática introdução que permite procurarmos ampliar nosso repertório.… (más)