E. A. Dal Maschio

Com a obra de Santo Agostinho (354-430) inaugura-se o novo paradigma filosófico que caracterizará a Idade Média. Os seus textos constituem um marco na história do pensamento, cujos ecos ressoam até aos nossos dias. Todo o périplo biográficos e intelectual do bispo de Hipoma gira, de forma quase obsessiva, em volta de uma questão filosófico de primeira magnitude, com que a filosofia perde a inocência primigénia: como explicar a aterradora presença do mal? A pergunta contém um desafio de ignorar, na medida em que da sua resolução depende a possibilidade de dotar a existência de algum sentido. Com as suas respostas, Santo Agostinho moldará de forma decisiva o pensamento cristão e respostas, Santo Agostinho moldará de forma decisiva o pensamento cristão e a cultura da Europa Ocidental; a partir delas, o pessimismo e a angústia terão carta-branca na reflexão filosófica.… (más)

Como nos é dito no prefácio, há quem tenha chegado a definir a tradição filosófica europeia como «uma série de anotações a Platão», ao passo que outros reconhecem (com amargura) que «a escrita da história da filosofia é platônica». É tal a importância de Platão que não é exagerado afirmar não se poder entender a história do pensamento (e, por conseguinte, muitas das nossas formas de conceber a realidade, a verdade ou a alma) sem conhecer as teorias do fundador da Academia. O objetivo deste livro é abordar o pensamento do grande filósofo ateniense através da exposição das suas princi - pais doutrinas, empregando um esforço especial para iluminar as questões fundamentais e mais influentes. Tudo isso sem esquecer as críticas e objeções que as suas teorias têm merecido desde Aristóteles até os nossos dias.… (más)