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La furia y otros cuentos (1959)

por Silvina Ocampo

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1054259,211 (4)6
Los cuentos de La furia confiesan encantamientos y obsesiones de la autora, que otorga a la imaginacin un lugar privilegiado: campo de pruebas y laboratorio del destino de sus personajes. No es exagerado afirmar que La furiaSilvina OcampoToms Eloy Martnez.
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(Att. 2022: saiu aqui no Brasil mais uma coleção de contos da Ocampo, estou com ela em mãos, e talvez comece logo logo)

Oníricos, fantasiosos, imaginativos, misteriosos, extravagantes, cruéis, ou junção de tudo isso e muito mais: são diversos os adjetivos que podemos dar aos contos da Ocampo, que correm em variadas direções, levados pelo estilo único de escrita da autora, subvertendo o cotidiano pelos olhos de homens, mulheres, crianças e até animais.

Ocampo quebra todos os clichês sobre o amor, bondade, caridade, lealdade, e todos os outros ''ades'' e bons sentimentos; embarcando na estranheza, no bizarro, no nojo, na repulsa e na perversidade, em cartas, relatos, memórias, sonhos e fantasias — que você, no entanto, nunca saberá se localizar em qual deles está: será memória, fantasia, ou sonho?

De aura mística, halo nostálgico e crianças infernais, Ocampo faz um realismo mágico bastante característico, com um estilo que certas vezes pode até engessar a narrativa, mas que outras vezes a faz fluir como sonho, ou, habilmente, a faz estender-se como pesadelo.

São contos curtos, e no meu caso, especificamente, foi uma leitura interessante, mas truncada, tanto que até larguei o livro por um tempo antes de retornar e terminá-lo. A disparidade entre os contos é notável, mas agora que terminei, vejo que o esforcinho que fiz valeu a pena, termino o livro com um gosto bom na boca. E talvez a experiência de leitura desse livro tenha se tornado melhor assim, degustado aos poucos, e não devorado de uma vez.

Comentários, com spoiler e notas, conto a conto:


A sequência dos cinco primeiros contos é um exemplo dos altos e baixos do livro. Apesar deste primeiro passar a aura onírica que permeará o restante da obra, não consegue marcar muita coisa além de uma inexplicável atração por sua estranheza (que também permeará o restante da obra); e pontuo isso de maneira ligeiramente negativa, pois, sei que não é uma característica de escrita superior, ou algo que se mostrará atraente para primeiros leitores. Esse primeiro conto não é um passo adentro a estranheza da Ocampo, é mais como um vislumbre do sonho de algumas de suas personagens; quase como um sonho dentro de um sonho. A Lebre Dourada, portanto, é uma fábula sobre o encontro do sobrenatural com o natural, foge dos torcidos temas cotidianos, frequentes na maior parte do livro, e abre a obra de um modo no mínimo curioso. 2/5



“Somos um compêndio de contradições, de afetos, de amigos, de mal-entendidos – me dizia Elena. Certamente pensando em mim, acrescentava: — Somos monstros. (...) Somos também o que as pessoas fazem de nós. Não amamos as pessoas pelo que são, e sim pelo que nos obrigam a ser”

Nesse conto — um de meus preferidos — a mudança de tom é brusca comparado com o conto da lebre. A disparidade aqui, num momento inicial, faz-se agradável. Em A Continuação, uma pessoa — no inicio não sabemos ser homem ou mulher, Ocampo brinca com a identidade de gênero — envia uma carta à outra com quem se relacionava. Raiva, ciúme, posse e delírio começam a se revelar, e logo o real e o ficcional começam a se embaralhar; arte e vida vão se metamorfoseando em uma coisa só. 4/5



“Que preço tem um corpo. Vivemos como se ele nada valesse, impondo-lhe sacrifícios, até que entra em pane. A enfermidade é uma lição de anatomia”.

O Mal nos convida a conhecer as últimas horas de vidas de um enfermo no hospital, a situação, o delírio, o torpor, e a viagem dentro de um coma; seus últimos momentos. 3/5



Outro ótimo é O Rebento, onde dois irmãos maltratados pelo avô, estimulam o filho de um deles a brincar com a arma do velho. O avô adora ver o neto imitando a si mesmo, numa pantomima de poder e violência; os irmãos deixam que o faça, com um objetivo de se libertarem de um tipo de opressão. 3/5



"As superstições não deixavam Cristina viver. Uma moeda com a efígie apagada, uma mancha de tinta, a lua vista através de dois vidros, as iniciais de seu nome gravadas por acaso no tronco de um cedro a deixavam louca de medo [...] Quando ficamos noivos, tivemos que procurar um apartamento novo, pois, segundo suas crenças, o destino dos moradores anteriores influiria sobre sua vida (em nenhum momento mencionava a minha, como se o perigo ameaçasse só a ela e como se nossas vidas não estivessem unidas pelo amor).''

Em A Casa de Açúcar — preferido de Cortázar — figura o suspense e o insólito. Um casal se muda para uma casa tão bonita que parece ser feita de açúcar, mas uma das superstições da esposa é não morar em um lugar onde outras famílias tenham tido histórias trágicas: segundo o raciocínio dela, os novos moradores (eles) agirão como esponjas.

Coisas estranhas começam a ocorrer, pessoas batem a porta identificando a mulher com o nome da antiga moradora, progressivamente a história vai tomando um rumo quase de terror até a virada narrativa da história: a nova inquilina começa a adquirir a personalidade da antiga moradora da casa — que morreu louca —, e ressurgem também amores do seu passo (de qual deles?!) Com certeza é um dos melhores do livro. 4/5



Sem deixar a bola cair, Ocampo emenda com A Casa dos Relógios, que se inicia como um doce sonho, e termina como um terrível pesadelo; é um conto perturbador sobre o assassinato macabro sob o ponto de vista de um menino de nove anos. 3/5



Odiado por Borges não pela qualidade, e sim por sua perversidade, Mimosoé um cachorro insanamente amado por sua dona, que manda embalsamá-lo quando o animal falece. Parece algo normal, mas há algo de insano no afeto da mulher pelo animal. Ela começa a agir estranho, e o marido recebe um bilhete anônimo denunciando certas ações da mulher e insinuando coisas terríveis; ele, então, destrói o cachorro, pensando dar fim á um amor bestial. Mas ela não aceita fácil, descobre o autor do bilhete, resolve se vingar, e Mimoso terá que defender sua dona, mesmo em pedaços, mesmo após morto. É cruel, extremo e perverso, com um final chocante. 4/5



Em O Caderno vemos um pouco cotidiano menos distorcido, e se trata de uma superstição não muito distante das que temos aqui na nossa terra tupiniquim: lá é dito que se uma grávida olhar demais para um rosto, seu filho nasce com a aparência similar ao alvo de sua atenção. Uma mulher joga cartas durante todo o período de gestação; dose homeopática de sorrisos e ironia. 2/5



Em A Sibila, todo o planejamento de um assalto começa a dar errado quando o ladrão se depara com Aurora, uma jovem sibila, e vira alvo de premonições e adivinhações. É um conto com uma construção bastante curiosa, mística, em que nada parecer ser o que realmente é; vou além, nada parece "concreto"; nem mesmo os acontecimentos não-oráculares; e o fim abrupto é bem bom. Não é dos melhores, mas tem uma aura única que o torna bem iteressante. 3/5



O Porão é protagonizado por uma mulher, possivelmente uma prostituta, que vive reclusa no porão de uma casa, sem luz nem água, e é alimentada pela dona. Ratos também compartilham o lugar com ela. Os ratos só aparecem quando ela está sozinha. Eles não têm medo dela e ela não tem medo deles. Na verdade, ela nem se incomoda com a presença destes animais, exceto quando ela está "acompanhada", ou quando eles chegam à comida antes que ela tenha oportunidade de comê-la. As pessoas na cidade são más e a chamam de Fermina, a Dama dos Ratos, o que ela se ressente. Embora ela realmente os alimente e tenha dado nomes à cada um deles.

A única maneira de Fermina sobreviver em uma sociedade que a marginalizou é por meio de algum malabarismo mental que permita-lhe transformar aquele espaço frio e escuro em um mundo belo e mágico. As últimas linhas da história sugerem que iniciou-se uma demolicação e Fermina morrerá sob os escombros. Entendi que o modo como ela vive, é um jeito dela de fugir do lado de fora, do mundo que é ameaçador para ela. É um conto triste, que termina com desesperança. 3/5



Em As Fotografias comemora-se a festa de aniversário de uma menina paralítica, registrada em uma inusitada sessão de fotos, que vai drenando a energia da aniversariante até um final trágico, ignorado pelos convidados. A ironia com que é narrado o desenrolar da festa e como a família se preocupa com tudo menos com a aniversariante e seu bem-estar não faz rir, mas passa uma certa comicidade, misturado que une-se com a tragicidade do conto. 3/5


“O destino é como um tigre que já provou carne humana e vigia o seu dono”. Em Magush, um adolescente adivinha o futuro nas janelas de um prédio vazio.
Você não entendeu errado, é isso mesmo.
Ele lê o futuro conforme as luzes acendem-se e apagam-se nos prédios. 2/5


No conto A Propriedade vemos um pequeno excerto da vida de uma empregada na casa de uma mulher rica, consumista, e vaidosa, e o baque que ocorre em sua vida quando uma outra pessoa chega e começa a mudar todas as opiniões da sua antes tão querida dona de casa. No fim, confusa, a empregada terá que decidir como se comportar em relação ao personagem que acabou com sua ''vida mansa''. 2/5



Uma mulher é levada a loucura em uma história sobre a perda e o reencontro de bens materiais, no conto intitulado Os Objetos. 3/5



Em Nós, temos dois irmãos gêmeos idênticos, que gostam de aventuras, e principalmente, de confundir suas vidas. Apaixonam-se pelas mesmas mulheres, dividem as namoradas (sem que elas saibam, claro), e quando são pegos nesse jogo perigoso, terminam e partem para a próxima, pois a vida , de outra maneira, é para eles tediosa e sem sentido. 3/5



Todo o assombro, surpresas e ocultismo que envolvem as insólitas narrativas de Ocampo estão delineadas em A Fúria. São diversos os contos sobre crianças malignas ao longo do livro, e isso não podia faltar no conto que dá nome a obra, sobre uma menina que coloca fogo em sua amiga, e um homem que comete um assassinato para não provocar um escândalo. É um conto interessante, misterioso, com uma reta final interessante, mas um fim um pouco desfocado. 3/5



''Faz quanto tempo que não penso em outra coisa a não ser em você, imbecil?, você, que se intromete nas linhas do livro que leio, na música que escuto, dentro dos objetos que vejo. Não creio ser possível que o revestimento do meu esqueleto seja igual ao seu. Suspeito que você pertence a outro planeta, que seu Deus é diferente do meu, que o anjo da guarda da sua infância não se parecia com o meu...''

Em Carta Perdida em uma Gaveta, alguém — Ocampo novamente brinca com identidade de gênero — escreve uma carta de ódio (tão próximo do amor obsessivo: “[...] você, que se intromete nas linhas do livro que leio, na música que escuto, dentro dos objetos que vejo. [...] Tudo era menos imundo do que a sua cara”) para outro alguém (que só saberemos ser outra mulher depois de várias linhas). Descobrimos, então, que o ressentimento nasceu na infância, espaço de todos os males posteriormente desenvolvidos (“Não há criança infeliz que depois seja feliz”). Não há empatia; há paixão desprezada, avesso, e até planejamento de vingança não executada. (“Descartei a ideia porque a morte não me pareceu um castigo.”). 3/5



O Carrasco é um conto bem curto e confuso, situado no passado, onde em uma festa, um imperador mata presos políticos em caixas. Achei um dos mais destoantes, e me perdi completamente, não consegui pescar nada. 1/5



Para recompensar, em Azeviche, temos um relacionamento gostoso de ler, de um homem que larga tudo para começar uma nova vida com sua esposa no interior. E a mulher, pouco instruida, que é fascinada por cavalos, cuida deles, os desenha, passeia com eles pelos campos; quando está sozinha com seu animais, é quase como se conseguisse se comunicar com os equinos, ou talvez até fosse hipnotizada por eles... 4/5



A Última Tarde talvez seja o mais onírico de todos os contos, na história de um irmão que vive a vida do outro, o sonho se mistura com a realidade, paredes se desmancham, animais passeiam livres, e mansões caras possuem chão de terra batida nos quartos. No fim, um dos irmãos é despertado desse sonho de maneira brutal, por quem menos esperava. Sem a roupagem de sonho, é uma história triste, de um homem ingênuo. 3/5


O Vestido de Veludoé um conto estranho, sobre uma velha e seus tecidos caros e apertados, que suas criadas mais novas experimentam nela. Há algo aqui, relacionado as classes sociais ou ao consumismo, quando a mulher rica morre estrangulada pelo seu vestido em meio à diversas roupas caras, enquanto uma das criadas repete sem parar ''Que divertido!'', mas não foi do meu agrado, e esse é um dos que menos gostei de toda a antologia. 1/5



Embarcando no realismo mágico que estamos acostumados, contada por um ''garotinho'', Sonhos de Leopoldina é a história de uma anciã de 120 anos, que consegue tirar objetos de seus sonhos. Ao sonhar com uma praia, por exemplo, ela encontrará conchas a seus pés. Ludovica e Leonor, suas filhas-netas, são interesseiras e invejosas, e sempre ouviram falar que Leopoldina era uma sábia senhora, apesar dos hábitos simples, e que possuía algum tipo de poder sobrenatural. É aí que elas descobrem que os sonhos da senhora se materializam no mundo físico. Começam a ver nisso um atalho para sairem da pobreza, querem tirar proveito da habilidade da senhora. Elas querem que Leopoldina sonhe com carros, bijuterias, anéis, brincos dourados, etc. Mas, elas acabam esbarrando na simplicidade da mulher, incapaz de pensar em riquezas ou bens materiais. A trama vai rodando, e cada parágrafo se torna mais estranho, Leopoldina vai ficando mais tensa, e as jovens, mais despreziveis, até o derradeiro penultimo sonho de Leopoldina. É um conto extremamente sensível, e um dos melhores do livro. 4/5



Em seguida engatamos com o ótimo As Ondas, onde temos um refresco e uma pausa nos contos oníricos e fantasiosos. Aqui temos uma ficção científica, ou distopia, situada em 1975, onde as pessoas começam a ser divididas em grupos pela disposição de suas moléculas. Um casal falsifica documentos para permanecerem juntos, mas seu crime é descoberto quando um casaco é emprestado à uma amiga do casal. Nesse mundo, por causa de uma lei, familia foram divididas, lares desfeitos e cidades praticamente tiveram que começar do 0, com outras pessoas, tudo ordenado pelas moléculas.

O final também é bem bom. A mulher, depois da separação, encontra um sábio (ou um charlatão) e decide fazer uma operação para mudar a disposição de suas moléculas a fim de combinar com a de seu marido, definitivamente; ela não sabe como é feita a cirurgia, e nem sobre os seus perigos, mas decide encarar mesmo assim, e o que fica subentendido após isso é cruel. 4/5



Novamente com as crianças perversas de Ocampo, O Casamento é interessante, mas há descrições exageradas de moda e salão, sem um baque que transformasse o conto em algo mais. Uma menina de sete anos, enfia uma aranha venenosa no coque da vizinha que vai se casar; isso não é um spoiler, se você chegou até aqui na sua leitura, com o aparecimento da aranha você já suspeita o que vai acontecer, meio que tornou-se previsível o fim, para mim foi bem abaixo dos outros contos no geral. 2/5



Em compensação, novamente, A Paciente e o Médico, que vem em seguida, é ótimo, e um dos meus favoritos da antologia. Relacionamentos unilaterais, obsessão, personagens pertubados e bizarros, depêndencia emocional, ponto de vistas diferentes; tudo isso é uma amostra da habilidade da autora em abordar diversos temas e ao mesmo tempo desenvolver uma história bem compassada e com um bonita dicção. A paciente, uma mulher sem propósito, acaba se apaixonando pelo médico que a atende. A partir de então entramos na jornada romântica da mulher, que tenta atrair a atenção do homem lhe dando diversos presentes. A escala vai aumentando e os limites de uma paixão normal começam a ser quebrados: ela chega a se prostituir para comprar presentes cada vez mais caros para seu amado. Partimos então, para a mesma história sob o ponto de vista do médico, e o que era apenas um amor extremo, torna-se bizarro. 4/5



Bem, a fim de deixar marcado aqui na resenha, depois do conto anterior, que é ótimo, não entenda errado, não foi ele o motivo da pausa, e sim um acúmulo de coisas, o livro tornou-se um pouco cansativo para mim, então deixei-o de lado por uns bons quatro meses. Mas, retorno agora em Julho (2021) para terminá-lo, e o conto que me recebe de volta é Voz ao Telefone, uma conversa em primeira pessoa, onde o protagonista explica o motivo de festas infantis entristecê-lo e o medo que tem por fósforos. Bem, escrevendo agora depois de terminar, juntando os dois fatos citados anteriormente, acho que fica claro a tragédia, mas durante a leitura, não ficou explicito para onde o conto se encaminhava — ou talvez minha pausa me deixou destreinado na narrativa da Ocampo —, mas felizmente a narrativa é curtinha e fluída, e apesar de cruel, é um bom jeito de ser reinserido ao mundo da Ocampo novamente. 2/5



O Castigo é o nebuloso conto de uma mulher iludida, que resolve expor a tona ao marido toda a sua infelicidade com o relacionamento. Seu marido é raivoso, ciumento e impulsivo, mas hipnotizado pela história, deixa a mulher deitada em seus joelhos colocar para fora tudo que está sentindo, embarcando no passado junto com ela. O final é abrupto, e misterioso, o homem é envelhecido literal e metaforicamente, pelos longos, transcendentes e melancólicos da mulher. 3/5



A Oração, é a confissão de uma bela mulher que necessita que Deus a recompense pelos seus ''atos bondosos''. Mesmo que ela cometa adultério, minta, observe um (ou mais) assassinato sem agir, e muito mais. Lavinia é uma mulher insatisfeita no casamento e acaba tentando descobrir uma razão para sua vida no convívio social e na igreja. Ela acaba adotando um menino de rua o qual ela salva de alguns agressores e o leva para casa. A partir daí a narrativa começa a tomar tons bem estranhos. É muito explicito o motivo da desconfiança e ódios das outras pessoas pelo garoto, mas Lavinia acaba insistindo na premissa de que o menino é um ser puro, mas ela não consegue tirar da cabeça que ele pode cometer algum ato de violência a qualquer momento. A forma de confissão com que é narrado o conto é interessante, mas ao longo da leitura você vai se desprendendo, e logo ele perde o caráter único que o pauta. Mas no geral é um bom conto, bastante intrigante. 3/5
( )
  RolandoSMedeiros | Aug 1, 2023 |


Lovers gorging themselves with sweet cakes before lovemaking, a young girl placing a poisonous spider in her friend’s hair on the morning of her wedding day, lovers consumed by jealousy refuse to leave their bed set on flames, people are sent to hell for reading a certain newspaper article or drinking a glass of milk - the surreal, bizarre, dark and disturbing combined with a delicate poetic voice, Silvina Ocampo (Argentina, 1903-1993) is one of the most original short story writers you will encounter. From Jorge Luis Borges’ introduction included in this Penguin edition: “In Silvina Ocampo’s stories there is something I have never understood: her strange taste for a certain kind of innocent and oblique cruelty. I attribute this to the interest, the astonished interest, that evil inspires in a noble soul.” To provide a small sample of Silvina Ocampo’s storytelling, here is my write-up of two of my favorites from this collection:

Icera
Self-Identity in Miniature: “When Icera saw the set of doll furniture in the window of that enormous toy store at the Colon Bazaar, she coveted it. She didn’t want it for her dolls (she didn’t have any) but for herself.” That’s right, Icera wanted to sleep in the wooden doll bed, look at herself in the doll mirror, sit at the doll table in her doll chair. Actually, this is not such an uncommon wish – to be someone or something other than ourselves, a wish expressing itself in mild form, such as wearing a team jersey with a famous athlete’s name and number, to taking more exotic forms: to fly as a bird, to swim as a dolphin, climb a mountain like a mountain goat or compute figures and data like a computer.

Good Fortune, One: Our desire for self-transformation can either be thwarted or enhanced by those around us. In Icera’s case, she had the good fortune to be liked by the head of the doll department, a man by the name of Dario Cuerda who lets her lie down in the doll bed, comb her hair using the doll mirror and sit in the doll chair at the doll table. However, it is to be well noted Icera didn’t like any of the dolls; rather, she considered them her rivals.

Good Fortune, Two: Icera’s family was too poor to buy her any toys or gifts for Christmas but bighearted Dario Cuerda came through, giving Icera a doll dress, doll hat and doll shoes that couldn’t be sold by the store since they were slightly damaged. And the gifts from Mr. Cuerda continued throughout the year – a miniature guitar and miniature rake along with soaps, little hangers and little combs. And, as anybody reading this review knows, the more other people feed our desires, the more those desires can grow and grow, grow large enough to bloom into all-consuming obsession.

Cold Water: Icera’s mother tells her repeatedly how children do grow up and how one day the little doll dress will no longer fit. Icera has to admit what her mother says is unfortunately true but she decided to repeat the words “I won’t grow up. I won’t grow up” ceaselessly to herself as a way to halt her growth. And, miracle of miracles! Icera did not grow. I personally love the power of positive thinking – when the goal is positive and the positive thinking works, that is. In this case, knowing Silvina Ocampo’s dark literary aesthetic, one can’t be so sure if remaining small will be a good thing.

The Wheel of Fortune Turns: One day Icera falls ill and remains ill for four whole weeks. When healthy again she discovers to her dismay she has grown four inches. An inch for every week in bed! Not only can Icera no longer fit into her doll cloths but her parents forbid her to do any of those little girl things like standing on the table. For a doll-wannabe, this is nothing short of tragic. But Icera made the best of bad news: she wore her doll dress as a blouse, cut her doll gloves and doll shoes in a way to make them into mittens and slippers. Now that’s thinking on your larger feet, Icera! But darn – even a neighbor tells you how tall you have grown. Damn big mouth!

Time Warp: Icera runs to the toy store as her place of refuge. But her hope turns to bitterness when only the dolls are displayed in the store window – one doll dressed as Little Red Riding Hood, one doll for first Communion and one doll dressed as a bride. Frantic, she asks an employee for the whereabouts of Dario Cuerda. The cashier points him out and we read: “Dario Cuerda was so covered with wrinkles that Icera did not recognize him. On the other hand he, with his blurry memory remembered her because of her height. “Your mother used to come and look at the toys. How she liked the bedroom sets and the little sewing machines!” Dario Cuerda said politely, moving forward with a maternal tenderness. He noticed that the little girl had whiskers and false teeth.”

Peculiar Finale: The story continues with additional bizarre twists. Eventually Icera lies down in a doll box in the store window. “Then Dario Cuerda realized that what was happening was not the result of his fatigue. Thirty-five years had passed since Icera’s last visit to the store. He thought, confusedly perhaps (because he was in fact extremely tired) that Icera had not grown more than four inches in all that time because she was destined to sleep future nights in that box, which would prevent her growing in the past.”

Mimoso
The Way of the Heart: Mimoso is on the cusp of dying, poor dog! Mercedes loves her doggie and feeds him milk, fruit juice and tea with a little spoon. Wishing to keep Mimoso forever, Mercedes gives the taxidermist a call and asks for details, including prices. She imagines little Mimoso standing by the entrance to her bedroom with glass eyes, symbolically guarding the house. Anybody who has ever owned and loved a pet can feed Mercedes’ pain. Some people unfeelingly scoff at the love some pet owners lavish on their pets, but this is most unwise – opening one’s heart to a fellow creature is one of the greatest gifts life offers us.

Crude Encounter: The next morning Mercedes puts Mimoso in a sack and takes the bus to the taxidermist. When asked, Mercedes tells him she wants her Mimoso sitting with his front paws crossed. When Mercedes takes her Mimoso out of the sack, the taxidermist crudely remarks how her dog is not as plump as his owner. Holding Mimoso in his arms, he begins to laugh loudly and says, “When you see him he’ll be good enough to eat.” At this point, Mercedes puts on her coat and has to grip her gloves tightly as a way of holding back the urge to slap the brute.

Love is Eternal: Mercedes and her husband tell their friends and neighbors they are having Mimoso embalmed; the friends (so called) and neighbors are in disbelief. No matter - Mercedes loves her Mimoso with so much intensity, “she sat like Penelope, knitting, awaiting the arrival of the embalmed dog. But the dog didn’t come. Mercedes was still crying and drying her tears with a flowered handkerchief.” A pet might die but the powerful love a pet owner has for their pet does not.

Mimoso, Redux: The taxidermist finally has Mimoso ready. “He had never looked in better health. He was fat, well-brushed, and shiny, the only thing he couldn’t do was talk. Mercedes caressed him with trembling hands, tears burst from her eyes and fell on the dog’s head.” Her husband asks the taxidermist how he accomplished such a miracle. The taxidermist replies he did the whole job with poison, his own particular system of working. However, not to worry: the only way the poison could do any harm is if someone were to eat the embalmed dog. Ha! No comment.

Joy Turns To Outrage: Mercades was happier with the embalmed dog then with the live one – she didn’t have to feed, walk or clean up after him. But happiness never lasts. Knowing they kept an embalmed dog in their home, neighbors did a lot of evil talking and the greatest evil arrived in the form of an anonymous letter, including a lewd, obscene drawing of Mercades and Mimoso. Infuriated, her husband took Mimoso and, as if a dry branch, broke the embalmed dog over his knee and threw him in the oven.

Revenge is Sweet: A tearful Mercades tells her husband she knows who the terrible person is who sent that letter – the book vendor, a man better called a vendor of pornography. And that evil cur will never set foot in our house again! Well, her husband replies, you can tell him yourself since he is coming to dinner tonight. Let me stop here as I am sure you can guess the inevitable conclusion. Incidentally, I included this Silvina Ocampo story in my review since there is a strong element of humor, dark humor, that is, but humor nonetheless.

Silvina Ocampo studied painting in Paris with Giorgio di Chirico but gave up paint and brush and turned to writing. And here is one of Silvina's memorable quotes: "What matters is what we write: that is what we are, not some puppet made up by those who talk and enclose us in a prison so different from our dreams." ( )
  Glenn_Russell | Nov 13, 2018 |


Lovers gorging themselves with sweet cakes before lovemaking, a young girl placing a poisonous spider in her friend’s hair on the morning of her wedding day, lovers consumed by jealousy refuse to leave their bed set on flames, people are sent to hell for reading a certain newspaper article or drinking a glass of milk - the surreal, bizarre, dark and disturbing combined with a delicate poetic voice, Silvina Ocampo (Argentina, 1903-1993) is one of the most original short story writers you will encounter. From Jorge Luis Borges’ introduction included in this Penguin edition: “In Silvina Ocampo’s stories there is something I have never understood: her strange taste for a certain kind of innocent and oblique cruelty. I attribute this to the interest, the astonished interest, that evil inspires in a noble soul.” To provide a small sample of Silvina Ocampo’s storytelling, here is my write-up of two of my favorites from this collection:

Icera
Self-Identity in Miniature: “When Icera saw the set of doll furniture in the window of that enormous toy store at the Colon Bazaar, she coveted it. She didn’t want it for her dolls (she didn’t have any) but for herself.” That’s right, Icera wanted to sleep in the wooden doll bed, look at herself in the doll mirror, sit at the doll table in her doll chair. Actually, this is not such an uncommon wish – to be someone or something other than ourselves, a wish expressing itself in mild form, such as wearing a team jersey with a famous athlete’s name and number, to taking more exotic forms: to fly as a bird, to swim as a dolphin, climb a mountain like a mountain goat or compute figures and data like a computer.

Good Fortune, One: Our desire for self-transformation can either be thwarted or enhanced by those around us. In Icera’s case, she had the good fortune to be liked by the head of the doll department, a man by the name of Dario Cuerda who lets her lie down in the doll bed, comb her hair using the doll mirror and sit in the doll chair at the doll table. However, it is to be well noted Icera didn’t like any of the dolls; rather, she considered them her rivals.

Good Fortune, Two: Icera’s family was too poor to buy her any toys or gifts for Christmas but bighearted Dario Cuerda came through, giving Icera a doll dress, doll hat and doll shoes that couldn’t be sold by the store since they were slightly damaged. And the gifts from Mr. Cuerda continued throughout the year – a miniature guitar and miniature rake along with soaps, little hangers and little combs. And, as anybody reading this review knows, the more other people feed our desires, the more those desires can grow and grow, grow large enough to bloom into all-consuming obsession.

Cold Water: Icera’s mother tells her repeatedly how children do grow up and how one day the little doll dress will no longer fit. Icera has to admit what her mother says is unfortunately true but she decided to repeat the words “I won’t grow up. I won’t grow up” ceaselessly to herself as a way to halt her growth. And, miracle of miracles! Icera did not grow. I personally love the power of positive thinking – when the goal is positive and the positive thinking works, that is. In this case, knowing Silvina Ocampo’s dark literary aesthetic, one can’t be so sure if remaining small will be a good thing.

The Wheel of Fortune Turns: One day Icera falls ill and remains ill for four whole weeks. When healthy again she discovers to her dismay she has grown four inches. An inch for every week in bed! Not only can Icera no longer fit into her doll cloths but her parents forbid her to do any of those little girl things like standing on the table. For a doll-wannabe, this is nothing short of tragic. But Icera made the best of bad news: she wore her doll dress as a blouse, cut her doll gloves and doll shoes in a way to make them into mittens and slippers. Now that’s thinking on your larger feet, Icera! But darn – even a neighbor tells you how tall you have grown. Damn big mouth!

Time Warp: Icera runs to the toy store as her place of refuge. But her hope turns to bitterness when only the dolls are displayed in the store window – one doll dressed as Little Red Riding Hood, one doll for first Communion and one doll dressed as a bride. Frantic, she asks an employee for the whereabouts of Dario Cuerda. The cashier points him out and we read: “Dario Cuerda was so covered with wrinkles that Icera did not recognize him. On the other hand he, with his blurry memory remembered her because of her height. “Your mother used to come and look at the toys. How she liked the bedroom sets and the little sewing machines!” Dario Cuerda said politely, moving forward with a maternal tenderness. He noticed that the little girl had whiskers and false teeth.”

Peculiar Finale: The story continues with additional bizarre twists. Eventually Icera lies down in a doll box in the store window. “Then Dario Cuerda realized that what was happening was not the result of his fatigue. Thirty-five years had passed since Icera’s last visit to the store. He thought, confusedly perhaps (because he was in fact extremely tired) that Icera had not grown more than four inches in all that time because she was destined to sleep future nights in that box, which would prevent her growing in the past.”

Mimoso
The Way of the Heart: Mimoso is on the cusp of dying, poor dog! Mercedes loves her doggie and feeds him milk, fruit juice and tea with a little spoon. Wishing to keep Mimoso forever, Mercedes gives the taxidermist a call and asks for details, including prices. She imagines little Mimoso standing by the entrance to her bedroom with glass eyes, symbolically guarding the house. Anybody who has ever owned and loved a pet can feed Mercedes’ pain. Some people unfeelingly scoff at the love some pet owners lavish on their pets, but this is most unwise – opening one’s heart to a fellow creature is one of the greatest gifts life offers us.

Crude Encounter: The next morning Mercedes puts Mimoso in a sack and takes the bus to the taxidermist. When asked, Mercedes tells him she wants her Mimoso sitting with his front paws crossed. When Mercedes takes her Mimoso out of the sack, the taxidermist crudely remarks how her dog is not as plump as his owner. Holding Mimoso in his arms, he begins to laugh loudly and says, “When you see him he’ll be good enough to eat.” At this point, Mercedes puts on her coat and has to grip her gloves tightly as a way of holding back the urge to slap the brute.

Love is Eternal: Mercedes and her husband tell their friends and neighbors they are having Mimoso embalmed; the friends (so called) and neighbors are in disbelief. No matter - Mercedes loves her Mimoso with so much intensity, “she sat like Penelope, knitting, awaiting the arrival of the embalmed dog. But the dog didn’t come. Mercedes was still crying and drying her tears with a flowered handkerchief.” A pet might die but the powerful love a pet owner has for their pet does not.

Mimoso, Redux: The taxidermist finally has Mimoso ready. “He had never looked in better health. He was fat, well-brushed, and shiny, the only thing he couldn’t do was talk. Mercedes caressed him with trembling hands, tears burst from her eyes and fell on the dog’s head.” Her husband asks the taxidermist how he accomplished such a miracle. The taxidermist replies he did the whole job with poison, his own particular system of working. However, not to worry: the only way the poison could do any harm is if someone were to eat the embalmed dog. Ha! No comment.

Joy Turns To Outrage: Mercades was happier with the embalmed dog then with the live one – she didn’t have to feed, walk or clean up after him. But happiness never lasts. Knowing they kept an embalmed dog in their home, neighbors did a lot of evil talking and the greatest evil arrived in the form of an anonymous letter, including a lewd, obscene drawing of Mercades and Mimoso. Infuriated, her husband took Mimoso and, as if a dry branch, broke the embalmed dog over his knee and threw him in the oven.

Revenge is Sweet: A tearful Mercades tells her husband she knows who the terrible person is who sent that letter – the book vendor, a man better called a vendor of pornography. And that evil cur will never set foot in our house again! Well, her husband replies, you can tell him yourself since he is coming to dinner tonight. Let me stop here as I am sure you can guess the inevitable conclusion. Incidentally, I included this Silvina Ocampo story in my review since there is a strong element of humor, dark humor, that is, but humor nonetheless.

Silvina Ocampo studied painting in Paris with Giorgio di Chirico but gave up paint and brush and turned to writing. And here is one of Silvina's memorable quotes: "What matters is what we write: that is what we are, not some puppet made up by those who talk and enclose us in a prison so different from our dreams." ( )
  GlennRussell | Feb 16, 2017 |
Unique. A jewel. Unforgetable. ( )
  secri | Sep 7, 2009 |
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Los cuentos de La furia confiesan encantamientos y obsesiones de la autora, que otorga a la imaginacin un lugar privilegiado: campo de pruebas y laboratorio del destino de sus personajes. No es exagerado afirmar que La furiaSilvina OcampoToms Eloy Martnez.

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